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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Contador de Histórias



Filme de Luiz Villaça, ano 2009, baseado no livro homônimo de Roberto Carlos Ramos, ambientado na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, na década de 70, conta a história de vida do autor, Roberto Carlos.
Décimo filho de uma família pobre, moradora de favela, criado sem pai, mãe lavadeira, divertia-se soltando pipas pelas ruas e era feliz como qualquer criança que ainda não tem noção de sua pobreza, por não conhecer o outro lado da vida.

No momento em que um vizinho compra uma televisão, ela vira o principal divertimento de final de semana para os moradores do local. Ao ver uma propaganda do governo sobre a recém fundada FEBEM (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), a mãe de Roberto imagina o filho caçula transformado em um “doutor”, conforme a propaganda veiculada.

Decide levá-lo para lá. Ele tinha menos de 6 anos e seu afastamento da família causou-lhe um profundo choque emocional.

Na FEBEM ele teve contato com o vício e o crime. Torna-se usuário de drogas e assaltante. Sua trajetória resumia-se em fugir da Fundação, ser recapturado; fugir novamente e novamente ser recapturado. Aos 13 anos foi considerado irrecuperável.

Em uma de suas recapturas conhece a pedagoga francesa Margherit Duvas, interpretada de forma magistral por Maria de Medeiros. Margherit está no Brasil, em Belo Horizonte, para desenvolver uma pesquisa e, ao conhecer Roberto, decide fazer do menino seu objeto de trabalho. Com muita dificuldade consegue ganhar sua confiança e aproximar-se dele.

A história que constroem nesse relacionamento aparentemente improvável vai desenvolver-se de forma extraordinária, surpreendendo pelos laços de amizade e carinho que foram se formando ao longo da pesquisa.

As cenas são feitas com grande sensibilidade, como no dia em que Margherit leva Roberto ao Rio de Janeiro para que ele conheça o mar, um de seus sonhos. Também quando ela o ensina a ler e ele consegue compreender sozinho sua história predileta – a aventura das vinte mil léguas submarinas.

A narração, feita pelo autor-personagem, Roberto Carlos Ramos, empresta ao filme uma emoção genuína.


Difícil assistir ao filme sem emocionar-se e sem se deixar envolver por essa história tão comum, mas com desfecho tão inusitado.

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