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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

QUASE - Mário de Sá-Carneiro

Um pouco mais de sol - eu era brasa,


Um pouco mais de azul - eu era além.


Para atingir, faltou-me um golpe de asa...


Se ao menos eu permanecesse aquém...



Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído


Num grande mar enganador de espuma;


E o grande sonho despertado em bruma,


O grande sonho - ó dor! - quase vivido...



Quase o amor, quase o triunfo e a chama,


Quase o princípio e o fim - quase a expansão...


Mas na minhalma tudo se derrama...


Entanto nada foi só ilusão!



De tudo houve um começo ... e tudo errou...


- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...

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