Chegou
para mim, no início do ano, junto com outros vinte e um alunos. Parecia um
bichinho assustado. Muito sério e quieto. Branquinho, miúdo, muito louro,
óculos de lentes grossas ampliando os lindos olhos azuis.
A
notícia que tivemos era de que ele chorava fácil por ser sensível e ter muita
dor de cabeça. Tinha o maior cuidado com ele. Sempre perguntando se estava tudo
bem.
Os
meses iam passando e o menino ia saindo aos poucos do casulo. Era muito
observador, fazia interferências inteligentes. Seus textos eram sempre
criativos e cheios de aventura.
Percebi,
então, que ali naquele corpinho frágil, vivia um ser especial e sonhador. Foi
se revelando muito espirituoso e engraçado.
Um
dia, pintou os cabelos de verde. Ficou interessante. Durou alguns dias e a cor
foi desbotando. Até que em outro dia, ao entrar na classe, deparei-me com os
seus cabelos pintados de azul.
É
isso! Fechou! Pensei.
Cabelos
azuis combinam perfeitamente com esse menino. Lembram a cor do céu e a cor do
mar com suas surpresas e mistérios. Combinam com seus olhos profundos que
aparentam calma, mas que são as janelas de um espírito sempre em ebulição.
Querido
menino, mantenha para sempre seus cabelos azuis!
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